terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Relação Saúde-Doença

Para o médico, o estudo da doença exige o estudo da identidade, os mundos interiores que os pacientes criam sob o impulso da doença. Mas a realidade dos pacientes, as formas como eles e seus cérebros constroem seus próprios mundos, não pode ser totalmente compreendida pela observação do comportamento, do exterior. Além da abordagem objetiva do cientista, do naturalismo, também, devemos empregar o ponto de vista intersubjetivo, mergulhando, como escreve Foucault, "No interior da consciência mórbida, (tentando) ver o mundo patológico com os olhos do próprio paciente"

Sacks¹

A Relação saúde-doença faz parte de um universo complexo de relações sócio-cultural.

Como refere Kênia Kemp “Cada cultura constrói uma explicação própria para a origem, causa e tratamento de determinadas doenças”. (p.116). Lidar com o outro não é apenas está diante de um ser biológico, mas com um sujeito constituído de representações e influências sócio-cultural.

Cada grupo social tem sua relação de saúde-doença. Compreender essa relavitividade cultural é entender a singularidade do outro, contribuindo para o sucesso terapêutico, não se apropriando de apenas um saber. mostrar

Antropologia nos serviços de Saúde: Integralidade, cultura e comunicação.

A doença é uma experiência que não se litimita à alteração biológica pura, mas lhe serve como substrato para uma construção cultural, num processo que lhe é concomitante. Não queremos dizer com isso que exista uma seqüência de “primeiro biologia e depois cultura”, mas sim que existem percepções culturais acerca de um fenômeno que também abarca o biológico, mas que o supera.

(Francisco de Oliveira, 2002)

Pode-se encontrar inúmeras formas de lidar com a Doença, o que vai determinar a maneira que o sujeito chegar a até o profissional da saúde é o contexto social em que está inserido.

Para alguns a esquizofrenia pode ser apenas um transtorno mental, onde sua forma de tratamento são as ciências medica, porém, alguns lidam com a mesma como causa espiritual, indo à busca do tratamento tradicional de sua crença.

Porém, “apesar de a perspectiva antropológica vir auxiliando no entendimento desses fenômenos cada vez com mais clareza e veemência, o modelo biomédico é ainda brutalmente hegemônico, o que tem levado uma visão reducionista da doença, vista como processo exclusivamente biológico” (Francisco de Oliveira, 2002).

A doença Mental e a cura.

“Ainda hoje, em sociedades ditas civilizado/desenvolvidas, globalizadas continua a coexistir essa mistura de interpretações em torno da doença mental”

(Amadeu Gonçalves)

É importante visar o respeito pelo paciente. Como foi citado no inicio do texto, o indivíduo não é apenas um ser biológico, pois está constituído de normas e representações culturais.

“A saúde, doença e cura são, portanto construções sociais que não podem ser estudados de forma isolada, isto é, não podemos compreender as reações à doença, morte ou outros infortúnios sem compreender o tipo de cultura que determinados povos foram assimilando ao longo de gerações”

(Amadeu Gonçalves)

Muitos profissionais da área da saúde não levam em consideração o contexto social em que o sujeito está inserido, não levando em consideração suas crenças, que muitas vezes são de grande utilidade para o sucesso do tratamento.

Considerações finais.

Cada Cultura obtém seus valores, normas, regras e condutas. Não se é coerente classificar qual mas próxima da verdade absoluta, considerando que cada uma possui seu dogma, ou seja, suas crenças e verdades. Pode se compreender suas diferenças, e com isso respeitar o espaço e a escolha do sujeito que procura atendimento medico. Constrói assim um olhar mais humano diante da dor do outro

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